Até quando o povo será vítima de tanta enrolação?
A menos de trezentos metros da base da Polícia Militar, na Alameda Cleveland, quase de frente a estação, lá está a praça conhecida como “Praça do Cachimbo“, um verdadeiro “tapa na cara” da Secretaria de Segurança Pública.
Dizem que em virtude de construções, manutenções é que os usuários voltaram a ocupá-la, mas o fato é que antes das eleições o fluxo de usuários estava praticamente escondido na Alameda Dino Bueno, quem passava próximo a Estação Júlio Prestes, de carro ou a pé, tinha a impressão que o problema estava resolvido.
Eles voltaram para a praça, por óbvio, a via volta a ser obstruída, os trabalhadores não conseguem acessar a estação através da Alameda Cleveland sem o risco de serem assaltados, ou seja, a injustiça contra o povo está transparente novamente.
A única beneficiária do retorno dos usuários para a “Praça do Cachimbo” foi a Polícia Militar, tendo em vista que a base do Largo Coração de Jesus não sofrerá mais os efeitos de ter a cracolândia como vizinha confrontante, uma ironia do destino ou coincidência bem sarcástica com o povo.
A praça que deveria ser pública agora possui “controladores de acesso”, somente quem tem interesses ligados ao tráfico pode adentrar. A Alameda Cleveland está, “por livre e espontânea pressão”, sem condições para tráfego de veículos, mas a CET não aparece para ao menos efetuar o registro em seu sistema, dar publicidade e garantir que pessoas não sejam surpreendidas.
As paredes da Estação Júlio Prestes passaram a ser usadas como sanitários, o cantinho é para urinar e na calçada do lado oposto, para defecar.
Entre 16h e 20h, vítimas da sociedade abordam capitalistas que voltam do trabalho, pedem esmolas e as vezes furtam um celular ou roubam algum desavisado, afinal a “craco resiste!” e parece que, para os frequentadores do fluxo, roubar “é de lei!”
Pessoas sendo assaltadas, via obstruída, praça dominada por bandidos e há anos que a Administração Pública não resolve o problema.
Todos são bandidos, quem faz, quem deixa de agir tendo a obrigação e quem apoia o erro também!
Quem trafica, quem vê o crime e finge que não está acontecendo e os falsos moralistas que falam em direitos humanos, mas sabem das “barraquinhas” que vendem crack, todos são bandidos. É muita hipocrisia e vaidade que custa a segurança e pode custar a vida do povo.
As instituições e seus agentes querem ser reconhecidos, elogiados, as secretarias do Estado e da Prefeitura vivem “lavando aos mãos”, mas querem estar sempre em evidência de forma positiva, os líderes e os políticos que estão a frente da Administração Pública parecem zelar apenas por suas cadeiras, afinal, não tiveram preocupação nem de aliviar as dores dos moradores, mesmo sabendo do nível de negligência que representa a ocupação por usuários de drogas na “Praça do Cachimbo”.
Não tem inocente!
Nenhuma instituição, secretaria ou ministério merece o respeito que tanto tentam alcançar através de discursos.
A “Praça do Cachimbo” existindo, não tem político, policial, representante de ONG ou profissional de saúde que, estando envolvido no sistema, tenha o direito de falar que cumpriram suas missões.
Atividade fim sem objetividade atingida, equivale a derrota, incompetência e sinal de um sistema falido.
O povo não é bobo, todos sabem que existe algo errado, contudo, não agem porque os serviços de advogados são caros e “bater na porta” da Administração Pública é pedir para ser humilhado!
O trabalhador liga 190, 153 e156, raramente consegue atendimento em tempo hábil, quando vai até um Distrito Policial é tratado como pedinte, quando aciona ouvidorias recebe respostas prontas, ou seja, todos recebem a mesma resposta que só serve pra encerrar a demanda.
A “Praça do Cachimbo” é obra do “nada funciona”.
Em algum momento o desejo por responsabilização estará no coração do povo, então cessará o reinado de bandidos concursados, eleitos e principalmente dos vocacionados.
O brasileiro não aguenta mais o descaso!