A expressão “geração nutella” referencia pessoas que ignoram os valores dos mais antigos, questões ligadas a lealdade, força e tradições que são desprezadas em prol de interesses superficiais que surgiram de narrativas essencialmente intelectualoides.
Pessoas indecisas, orgulhosas e sem disposição para enfrentar adversidades ou defender a própria honra, simplesmente aceitam aquilo que é mais fácil e admitem teorias embasadas no discurso de autoridade (aquilo que algum autor ou uma pessoa pública influente disse).
O nome Nutella faz alusão ao creme de avelã que é mais popular entre crianças e jovens de uma classe social mais favorecida e, no caso da figura de linguagem, trata-se de uma comparação entre os “nutellas” e a grande massa, demonstra alienação e falta de vivência por parte daqueles que desconhecem o mundo enfrentado pela maioria da população que reconhece verdades através das dores das experiências.
Com o advento da internet e a popularização dos cursos superiores as pessoas passaram a ser bombardeadas com informações (boas e ruins) e as vaidades foram aguçadas em razão da facilidade em dar publicidade a fotos e vídeos.
Os olhos brilham para dizer:
“Fiz faculdade de…”
“Eu faço academia…”
Todos repletos de argumentos e lindas fotos com roupas de academia que são postadas em diversas redes sociais.
Não há problema em estudar ou exercitar, porém é imprescindível, antes de qualquer curso ou antes de qualquer atividade física, ter ciência de que cada ser humano é detentor de potencialidades imensuráveis, ou seja, não somos formados por lotes e nem há necessidade de moldar o corpo para assemelhar-se a maioria e ter isso como parâmetro de avaliação do próprio sucesso.
Precisamos de gênios, de pesquisadores e idealizadores, caso contrário a ciência para e o mundo não evolui!
Não podemos desprezar nossos pensamentos e questionamentos.
A questão da violência na região central da cidade de São Paulo é um conflito entre questionadores e “nutellas”, mas infelizmente a parte que mais pensa e questiona é o inimigo.
O tráfico de drogas migra, conquista espaços, articula defesas, produz narrativas, registra denúncias, provoca o Poder Judiciário e lança movimentos para favorecer suas atividades que caminham para trinta anos de sucesso.
E os policiais?
De forma vexatória e lamentável eles apresentam mais atividades no Instagran e no Facebook que nas ruas.
Sim! Nossos policiais, de todas as hierarquias, comportam-se como os “nutellas”.
Fotos e vídeos no Instagran, Facebook e Youtube em busca de aprovações sociais que produzam hormônios da felicidade e saciem seus desejos por aprovações.
Mulheres fardadas ou ostentando o distintivo da polícia, maquiadas e sensualizando, fazendo daquela vestimenta algo semelhante a um figurino cênico.
Homens ostentando suas armas e uniformes, esperando curtidas nas fotos ou o aumento no número de seguidores, uma exposição juvenil que tem sido contumaz até entre senhores com mais de quarenta anos.
Enquanto isso, bandidos roubam vinte e quatro horas os trabalhadores nas ruas.
No alto escalão a moda é dar entrevistas!
Aqueles que deveriam estudar estratégias para inibir a criminalidade estão preocupados em aparecer nas grandes redes de televisão ou, simplesmente, esconder a sujeira nos locais onde as câmeras captam imagens.
Belas entrevistas, fotos e resultados de locais onde há registro do sucesso, em contrapartida omitindo e escondendo que é tudo temporário e sujeira varrida para debaixo do tapete.
- Um polícia de fotos e imagens bonitas.
- Uma ação artificial, plástica e com natureza de campanha publicitária.
- Uma polícia de sorrisos para fotos, com crianças no colo e que atravessa velhinhos, porém, somente quando há presença de câmeras.
- Polícia está na rua para combater bandidos!
- A publicidade da atividade comunitária interessa a quem?
Uma polícia nutella que não enfrenta bandido, que só serve para lidar com câmeras é demonstração de fragilidade e dá encorajamento para que a marginalidade tome iniciativas.
A centro da cidade está mais violento e a situação foi agravada em razão do fluxo de toxicômanos da “Cracolândia”que foi espalhado para diversas da região dos bairros Campos Elíseos e Santa Ifigênia.
Fotos, vídeos e entrevistas podem ser encontradas em diversas redes sociais e de televisão, todos narrando seus heroísmos, mas quem venceu o mal?
A Praça da Sé parece um estacionamento de viaturas, mas somente lá!
Nos outros quarteirões há uma liberdade tácita para atuação de criminosos.
Será que a Rede Record e a Rede Bandeirantes tem algum vínculo com a discrepância?
A Polícia Militar simplesmente ignora o bairro Campos Elíseos e a região tomada por usuários de crack.
Celulares, correntinhas e bolsas continuam sendo alvo dos ladrões.
A Cracolândia continua firme.
Marketing pessoal, campanhas publicitárias, vaidade e medo demonstram que estamos perdendo a guerra.
As polícias não precisam de modelos fotográficos, coatch`s de youtube ou marqueteiros.
A população precisa de viaturas patrulhando em locais que a mídia não mostra, de policiais atentos e que não ignoram os atos suspeitos, de um efetivo pronto para o combate e não de exibição de glúteos trabalhados, unhas e sobrancelhas bem feitas.
A atividade policial está perdendo a essência porque os servidores estão cada vez mais vaidosos, frouxos e sem noção dos riscos de mortes que os rodeiam diariamente.
Precisamos de homens e mulheres dispostos a prevenir e a combater o crime mesmo quando não há holofotes.
Um “efetivo nutella” diante de bandidos astutos e violentos é uma realidade preocupante.
Será que a raposa está cuidando do galinheiro?
O Ajuda SP Centro deixa o alerta!